Depois do parto tudo muda na vida familiar, especialmente na da mulher: por um lado há a amamentação, os cuidados com o bebé, as noites sem dormir,acompanhadas muitas dúvidas que diminuem a vontade de retomar a actividade sexual devido, por exemplo, o medo da dor. Além disso, quando a mulher amamenta, ela aumenta a produção de um hormonio chamado
prolactina, que é responsável pela produção de leite materno, e que por sua vez faz cair a produção de testosterona na mulher, este último responsável pelo desejo sexual.
Por sua parte, o marido ou companheiro, com o tempo, fica ansioso por uma noite de sexo enquanto que a sua cara metade está totalmente sintonizada no bebé, e por isso nem lhe passa cartão, chegando ao extremo de o achar insensível e logo surge a indagação, por vezes silenciosa e outras aos gritos: “Não pensas em mais nada?”
Nestes casos, o marido é quem deve equilibrar a situação, evitando que a mulher fique obcecada pelo seu papel de mãe, esquecendo-se dos deveres matrimoniais. A “pressão” do marido, quando exercida de forma carinhosa, é benéfica, pois ajuda a resgatar na esposa a mulher-esposa sem excluir a mulher-mãe, afinal o mundo não é apenas o bebé. Mas, atenção, o sexo não é só uma questão física mas também psicológica, e nesse sentido a mulher pode demorar mais a "estar pronta".
Mas a grande questao é "Quanto tempo de resguardo deve haver para a retomada da vida sexual após o parto?" Antigamente, quando voltassem da maternidade, as nossas avós dormiam na esteira, ao lado da cama da nova mama, durante os primeiros 3 meses de vida do bebé, dizendo que era para não o machucar mas, na verdade essa era uma medida preventiva, para evitar as tentações carnais dando distanciamento fisico ao casal.
Hoje, já não se precisa ficar muito tempo para se recuperar, quanto mais tranquilo for o parto e sem intervenções cirúrgicas, mais rápida será a recuperação, chegando a levar menos de 15 dias. Há obstetras que orientam para um resguardo entre 40 a 60 dias, o importante é a mulher voltar a sentir-se bem depois da cicatrização dos pontos.
Infelizmente, as
palestras que eram ministradas nos Centros de Saúde e que eram o melhor ambiente para este tipo de questões, desapareceram. Nessas palestras, não só se falava dos cuidados a ter com o bebé mas também de como a mãe deve se cuidar para evitar que a chegada do bebé interfira no relacionamento do casal.
É importante salientar que esta atitude da mãe não é intencional, ela sente-se tão feliz e emocionada com a chegada do bebé, que acha que este supre a necessidade que ela possa ter de afecto pelo que é importante que o papá compreenda isso, e crie cenários que estimulem a mulher. A relação sexual não se resume apenas no coito existe uma gama de possibilidades para se relacionar sexualmente, os beijos, as caricias, as expressões verbais entre outros criam um bem estar e são essenciais neste momento da relação.
Da mesma forma que a mulher tem as suas razões para não querer sexo, o homem tem as suas para querer. Aí, ao invés de procurar socorro numa
Casa 2 a única saída é cada um compreender e respeitar a razão do outro, e juntos chegarem a um acordo. O objectivo tem de ser o de abrir espaço para o relacionamento no dia-a-dia.