segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Finanças domésticas



Nos dias de hoje, para alguns, é mais difícil falar de dinheiro no casamento do que de outro assunto qualquer. Os casais embora dividam o mesmo tecto preferem manter as contas bancárias separadas e cada um faz seus gastos pessoais sem dar satisfação ao outro.

A partir das conversas com amigos e não só percebo que existem muito poucos casais que tem uma conta conjunta onde caem todos os rendimentos de ambos, o mais comum é que cada um ter a sua conta e os dois tirarem parte desses rendimentos para custear as despesas domesticas.

Nestes casos a questão financeira é um grande tabu entre os casais, muitos não sabem quanto o outro ganha, e, quando a mulher ganha mais do o vizinho da cama as contas dentro de casa tem que ser discutidas com muita cautela pois, o homem tem muita dificuldade em lidar com a situação, o que faz com que cada vez que ela fale em dinheiro ele se sinta humilhado, reduzido, invadido o seu aspecto natural de macho dai as brigas que podem até levar a separação.

Existem casos de mulheres que fazem questão de lembrar sempre ao marido que quem ‘banca’ lá são elas, chegando até a tomar a liberdade de escolher sozinha tudo que implica dinheiro por exemplo a cor dos sofás da sala só porque é ela quem os vai pagar. Por outro lado, há mulheres que sabem entender a situação financeira do marido e nem se quer nota se que ela ganha mais do que o ele, cedem-no o seu próprio carro, fazem maior parte das despesas em mas nem por isso ele deixa de ser os homem da casa.

Quando o homem ganha mais que a mulher é mais fácil administrar a situação, é normal, aceitável, assim é que deve ser, haverá ordem e respeito em casa! Os homens apreciam mulheres independentes, mas isso é só durante o namoro, quando dividem o mesmo tecto a coisa muda de figura, eles adoram uma
senhora dona tapete do seu lado, chegam mesmo a pôr em causa a vida profissional da mulher, reclamam que ela não cuida da casa, dos filhos enfim.

Mas afinal qual seria o modelo financeiro ideal para os casais? Existe algum? Jogo aberto onde cada um declara todos os seus rendimentos e discute se em conjunto o que fazer? O semi aberto onde só sai o necessário para viver e o que sobra fica no segredo dos deuses?

Alguns dirao que o meu texto está cheio de “matendências” pode ser, mas afinal o que é a vida senão um conjunto de “matendências” das nossas conveniências?

7 comentários:

Shirangano disse...

Muito bem, cara Yndongah,
Quando duas pessoas escolhem ficar juntas, supõe-se que devem partilhar a casa, familia, prazeres, sofrimentos, sonhos e despesas. Entretanto, parece que incluir dinheiro nesta relação de partilha tem-se mostrado um grande problema e, consequentemente, o amor fica desprotegido. Mas, para o bem do amor, é necessário que haja sinceridade, lealidade e transparência em relação ao dinheiro(quanto eu ganho e quanto ela ganha). Acima de tudo deve haver respeito e solidariedade dentro do casamento, não importa quanto ela ganha a última palavra é a do homem, mas, antes de tomar uma certa decisão temos de ouvir a opinião do parceiro/a. E isso passa pela mudança de mentalidade, os cônjuges não devem viver como se fossem adversários e na perspectiva de divórcio.
Porém, ter contas bancárias separadas, eu acho natural pois, dentro do casamento, também deve haver um espaço de privacidade individual. Na minha opinião, sentiria-me sufocado se tal não acontecesse. No entanto, a separação económica não pode ser vista como desonestidade e a falta de confiança.

Ximbitane disse...

Yndoh, pertinente, cruelmente real e verdadeiro este teu post. Sinceramente não percebo a razão de tal "segredo de estado". Declarar rendimentos não significa necessariamente gasta-los com a mulher.

Contudo, apesar de o Shir defender que deve haver privacidade, creio que declarar os rendimentos não faz mal a ninguém. Perdoem-me, mas homem e mulher que escondem rendimentos escondem outras coisitas mais.

Julio Mutisse disse...

Pela carga de valores que nos acompanha so posso concordar com o statement do Shir quando diz: "Mas, para o bem do amor, é necessário que haja sinceridade, lealidade e transparência em relação ao dinheiro(quanto eu ganho e quanto ela ganha). Acima de tudo deve haver respeito e solidariedade dentro do casamento, não importa quanto ela ganha a última palavra é a do homem, mas, antes de tomar uma certa decisão temos de ouvir a opinião do parceiro/a."

Julio Mutisse disse...

Xim, eu conheço os rendimentos da minha vizinha de cama e ela conhece os meus. As regras estão traçadas quanto ao que deve ser feito por cada um e por ambos na nossa relação.

Ximbitane disse...

Yuuu, minouuu!?

Anónimo disse...

Acho que numa relação se deve partilhar tudo, mas tudo mesmo.
Podem ter contas bancárias separadas, mas podem trocar cartões e ter acesso à conta um do outro.
Eu sou casada em comunhão de bens, em nossa casa tudo é repartido, não existem segredos, a última palavra nem sempre é a do meu marido, tudo é negociado, ponderado e ninguém se sente ameaçado ou menor se o outro tiver razão.
Aliás, o meu marido até acha que as mulheres são mais sensatas e, regra geral, pensam no que é o melhor para toda a família.
Maria Helena

Obadias Jacob disse...

EDUCAÇÃO FINANCEIRA
É realmente uma situação complicada a forma como pensamos na partilha de bens, como disse um dos comentaristas, "na perispectiva de divórcio".
1. Ter conta comum onde caem os rendimentos dos dois não é nenhum problema, se os gastos que cada um faz são sempre discutidos, ou seja, que o casal possa ter uma "assembleia geral" onde tira as ideias comuns sobre tudo quanto precisam comprar
2. Ter cada um uma conta(o mais comum) também não é nenhum problema, pois é muito bem possivel mesmo assim administrar as duas contas de uma forma harmonizada, tomando decisões a dois, fixando os valores a serem gastos em cada tempo. Definir responsabilidades para cada um, tomando em conta os rendimentos globais(pressupõe que o dinheiro de cada um é adicionado ao outro e fica bolo único, apesar de estar em contas separadas)

O maior problema de tudo isso é:
1. Quanto gastamos e com o que?
2. De quem é a responsabilidade disto e daquilo).
3. Quando e como dicidimos gastar?