quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Padrinhos ou $uporte$ financeiro$?


Madrinha/padrinho é mulher/homem que se apresenta a alguem (geralmente criança) para ser baptizado ou crismado, com o compromisso implícito de, na ausência dos pais provê-lo de tudo quanto seja necessário -http/pt.wiktionary.org/wiki/madrinha

Quem não se sente feliz ao receber um convite para ser padrinho /madrinha de uma criança? Não há honra maior do que essa, pois esta é uma demonstração de confiança por parte dos pais da criança, é um convite para participar dos momentos marcantes desde a tenra idade até a fase mais crescida da sua vida. Ou seja é como se os padrinhos se tornassem uma segunda mãe ou um segundo pai. Portanto alguém presente que apoia, aconselha, orienta enfim, faz parte da nossa vida.

Geralmente, o primeiro par de padrinhos adquirimos quando crianças, no nascimento ou no baptizado partindo do princípio que na maior parte dos casos somos baptizados quando crianças. Estes padrinhos, são maioritariamente escolhidos pelos nossos pais, ou porque são amigos ou mesmo familiares próximos.

Já adultos, quando chega a fase de casamento tanto podemos manter os padrinhos de nascimento/baptizado como podemos escolher outros, aqui a escolha pode ser nossa. Muitos têm outras lógicas na escolha desses personagens, usam critérios que pouco ou nada têm a ver com o seu papel “tradicional”, escolhem-nos pelas condições financeiras, esquecendo-se que o papel deles deve ser outro, antes de tudo devem ser pessoas próximas, capazes de falar e serem ouvidas, responsáveis e com a capacidade garantir que tudo corra bem antes e depois do casamento. Estas características podem estar ou não alidadas a uma boa situação financeira.

Hoje, receber um convite de padrinho/madrinha significa assumir parte das despesas da festa de arromba do casamento, que não são poucas aliás vão aumentando dia após dia. Não é por acaso que muitos declinam tal responsabilidade, não por falta de perfil mas por não posssuir condições financeiras a altura dos desígnios dos afilhados!

Outro factor que se tem verificado ultimamente é o alargamento do “estatuto” de padrinhos. Hoje há padrinhos para tudo! Aniversário, xitique, apresentação, graduação, lobolo....enfim para cada evento que ocorre na vida tem que haver uma madrinha/padrinho com todas as largas responsabilidades (financeiras) que lhe são incumbidas.

Esta situação leva-me a pensar alto e com os amigos leitores deste blogue afinal porque é que precisamos de padrinhos? Quem deve ser padrinho? Porque será que os atributos financeiros se sobrepõem aos valores sociais do que se deve ou não esperar de um padrinho? Pelo andar da carruagem não tarda termos padrinhos por incrível que pareça até para o funeral...

6 comentários:

Reflectindo disse...

É uma estratégia, Xim. É combater a pobreza.

Mas muitas vezes isso pode dar cabo aos socilitados para serem padrinhos, porque não podem ter condicões para prendas e o resto para todos os afilhados.

Lá na minha região há também apadrinhamento imposto por familiares. Quando lá nasce uma crianca baptizam-na com o teu nome sem se sequer terem lhe consultado.

Agora o apadrinhamento atingiu o nível do Estado com a dita geminacão de municípios.

Nelson disse...

"critérios que pouco ou nada têm a ver com o seu papel “tradicional”"
Entre os critérios devia incluir-se a idoniedade. Padrinhos, especialmente de casamento, deviam ser pessoas com um casamento que nos podesse servir de modelo. Uma fonte de aprendizagem no que tange a harmonia conjugal mas entendo ou suspeito que nem todos hoje organizam um casamento para realmente estarem/viverem casados com tal mas como forma de mostrar até onde podem financeiramente.

Ximbitane disse...

Ops, postagem da Yndongah, Mestre!

Ximbitane disse...

Apoiado mano Nelson, apoiado

Anónimo disse...

Em tempo de guerra, todas as armas nos podem acudir ou valer. Sim, a pobreza contribui muito para este tipo de apadrinhamento.
Realmente, ser-se padrinho ou madrinha, representa muita responsabilidade. Sao eles que assumem a guarda do afilhado/a no caso de ausencia ou morte dos progenitores.
Acredito que é uma honra ser-se convidado para tal, mas prefiro que seja de alguem com quem tenho um relacionamento de amizade ou laco familiar.
No entanto, ja aceitei ser madrinha de alguem que mal conhecia, a quem deram o meu nome, mas neste caso foi mais para ajudar financeiramente uma crianca que, caso contrario, teria um futuro muito cinzento.
Maria Helena

Reflectindo disse...

Ok, agora estou mal e nem sei o dizer quando a Yndongah me exigir o direito da autora.