segunda-feira, 15 de junho de 2009

Dono-de-casa?


O berço no qual nascemos e o leite que bebemos na nossa infância, metaforamicamente falando, reflectem-se na forma como agimos quando adultos. Uma das grandes lições de vida que os homens recebem, ao longo de seu crescimento, é que são eles que devem sustentar suas familias pelo que para tal devem ter sempre uma actividade remunerada ou qualquer outra forma de rendimento.

Muitas vezes, não por vontade pessoal, e por várias razões (desemprego, condicionamento fisico, etc.), o homem vê-se impossibilitado de levar sustento à mesa de sua familia. Esta situação, apesar de constrangedora, em nada diminui a masculinidade do homem, isto se este não fizer disso um motivo para nada fazer em absoluto.

Muitas vezes, mulheres com maridos fora do campo laboral não se chateiam por estes nada fazerem que traga sustento para a familia, apesar de todos os inconvenientes, mas pelo facto de estes nem sequer mexerem uma palha para seu próprio beneficio como fazer o seu próprio pequeno-almoço.

Estarão essas mulheres empenhadas em fazer de seus homens donos-de-casa? Poderão os nossos homens encarar as lides domesticas com tanto à-vontade e zelo como o faz Carlos Roberto de Paula? O homem moçambicano tem humildade suficiente e, acima de tudo, coragem para se assumir como dono-de-casa?

4 comentários:

Jorge Saiete disse...

...mas pelo facto de estes nem sequer mexerem uma palha para seu próprio beneficio como fazer o seu próprio pequeno-almoço....

Minha amiga, a cultura africana delimita com clareza a responsabilidades que cada um dos conjuges tem. Fazer almoço não é para homem nem que seja desempregado, da mesma forma que cobrir a palhota não é para mulher nem que esta esteja desempregada.

Uma coisa é eu ajudar na cozinha por livre vontade ou ter que fazer isso por não ter quem por mim possa fazer mas não acho saudavel que a minha esposa espere que eu passe a ser piloto das panelas. Hehehe, nem pensar....

Para mim, as mulheres a esperar isso de nós estariam a copiar de uma forma bruta o que acontece noutras paragens e querer aplicar num contexto improprio

Não me batam, disse simplesmente o que penso.

Ximbitane disse...

Estas no gozo do teu direito, quem o pode impedir?

Otília Gradim disse...

"Para mim, as mulheres a esperar isso de nós estariam a copiar de uma forma bruta o que acontece noutras paragens e querer aplicar num contexto impróprio"

Achei piada a esta afirmação já que sendo uma aculturada - cultura Moçambicana - não vejo que haja alguma contradição... ou seja a cultura serve para nos enriquecer enquanto Seres Humanos e não para nos manter reféns de valores que não promovem a igualdade de género.

Otília Gradim disse...

"Estas no gozo do teu direito, quem o pode impedir?"

As mulheres podem impedir ao não reproduzir os modelos em que foram ensinadas... quando se educam as crianças para a igualdade de género tudo será mais natural.