Existem, em principio, dois tipos de pais:os biológicos, aqueles de sangue e os sociais aqueles que educam cuidam e por ai fora.Estes dois tipos, podem ou nao coincidir na mesma pessoa, mas seja como for é sobre a relação entre pais e filhos- biológicos ou não- que vim falar-vos nesta longa postagem.
Nos dias de hoje nota-se que alguns pais tornam -se cada vez mais presentes na vida dos filhos. A fase do pai provedor que se preocupava apenas em colocar comida na mesa e criança/filhos é assunto das mães está significativamente a evaporar. Hoje, é comum ouvir um pai dizer que passou a tarde a brincar com o filho(a), levou o (a) a passear trocou/troca fraldas, dá banho, enfim, cuida com gosto e carinho do (a) filho (a) desde logo que veio ao mundo.
Mesmo não tendo dados oficiais acredito que a nivel dos tribunais já existem processos de pais que reinvindicam a guarda de seus filhos, não é para menos afinal os filhos por perto fazem sempre diferença!
A verdade é que o pai de hoje já não é o de ontem! Aquele pai que ao primeiro choro inocente do bebé ou bastasse sentir um cheirinho da fralda já chama(va) pela mãe está a ficar p`ra trás.
Quero acreditar que por um lado a pressão da ‘vida citadina’, a dita modernidade e a entrada da mulher no mercado de trabalho, derivada da necessidade de contribuir para o sustento do agregado familiar e, por outro, a necessidade que os jovens têm de se afeiçoarem e claro sentirem o amor de pai pra com os filhos que até então é (era) uma prerrogativa da mãe faz com que tenhamos cada vez mais pais orgulhosamente presentes.
Mas nem tudo é mar de rosa, como se diz, existem vários factores que a meu ver dificultam ao pai a ser ou tornarar-se cada vez mais presente, como pai de verdade: são alguns dos nossos hábitos sociais/culturais. Hoje, ainda é estranho um jovem dizer aos amigos "epah não posso ir txillar, hoje é meu dia de cuidar do bebé", ou então "espera- me um minuto bro, tenho que terminar de estender as fraldas...."
O outro factor que estrangula a ‘presença presente’ deste ‘pai moderno’, logo no pós-parto da sua mulher/companheira é a legislacao, que atribui ao pai apenas 1 (um) dia de licença de parto! Pode?? É verdade que o afecto se constrói desde a gravidez mas penso que os primeiros dias de vida do bebé são mais importantes na construção de uma relação mais afectuosa de pai para filho. O pai, só começa a realizar que já é pai de verdade depois do nascimento, portanto no dia em que mergulha o olhar, coloca as suas mãos naquele ser humano.
O mesmo já não acontece à mãe, posso arriscar e dizer que começamos a partir do dia em que recebemos o resultado do teste de gravidez.Se uma mulher grávida de 6 meses não sentir durante 3 horas consecutivas o bebé a mexer no seu ventre entra em pânico, porque o filho parou de mexer, não é o feto é o filho, que nunca viu, não sabe se é escuro ou claro e muitas vezes nem se quer conhece o sexo! O mesmo não acontece aos pais, não os estou a culpar a natureza é assim mesmo.
Os primeiros dias de vida do bebé embora sejam de alegria, também são duros/pesados para os papás, aliás alguns são marinheiros de primeira viagem, voltam do trabalho cansados, por vezes têm que sair à rua ao meio da noite p`ra comprar aquele xarope ou aquela gota, voltam à casa e não conseguem dormir porque a criança não para de chorar a noite toda, mesmo assim tem que estar no serviço a tempo e horas com toda boa disposição, afinal a vida não parou, pelo contrário começou com nova velocidade, dinâmica, práticas enfim...
Por isso é que acho que a licença de paternidade deveria ser um pouco mais extensa, quanto tempo mais não sei, para permitir que haja mais afecto entre pai e filho. Espero que não me questionem como seria para os que têm muitas mulheres.
Apesar dos contrangimentos acima referidos, os sinais são positivos, aos poucos caminhamos p`ra o pai, o PAI, aquele que para além de ter feito o (a) filho(a), trabalha para o sustento do agregado familiar, e logo de manhã acorda -o(a), dá banho,veste, dá de comer, leva à escola, vai as reuniões, assiste ao jogo de futebol da escola, a prova de natação, a apresentação no grupo teatral, lava e estende (ainda que seja a máquina), não se esquece da hora do remédio, sabe que as descartáveis, o leite, os gerbes estão quase a acabar, sabe ligar p`ra babá vestir um gorro e camisolinha ao bebé porque a temperatura baixou, acorda ao meio da noite para trocar a fralda, preparar o leitinho e embalar, faz escala com a mamã para brincar com o bebé durante a noite e ainda consegue chegar a tempo, sorridente e bem disposto ao trabalho!
Sei que algumas vasikate devem estar a dizer esta yndongah não bate bem da head, e os vavana devem estar com lágrimas de tanto rir, mas amigos isto é possivel, e já acontece entre nós estou a falar a sério!!!
Para terminar dizer que estão de parabéns todos os pais que se preocupam um pouco mais pelos filhos, mesmo os que não podem dar tudo de si porque não partilham o mesmo tecto, que o façam sempre que estiverem com eles, dizer ainda que nós as mulheres nos orgulhamos por carregamos a criança durante nove meses, damos a luz etc, mas a verdade é que nada disso aconteceria sem vosmecês, homens, não há fecundação sem o vosso sémen! Bem hajam os pais de verdade.
PS: Sei que existe o dia do Pai, mas quase nada se fala dele infelizmente, p`ra falar a verdade nem se quer conheço a data, alguém sabe?